Por Gustavo Leite.
Em uma pesquisa por conceitos de risco, inclusive em outras línguas, percebi que todos eles se referem a iminência de dano, perigo ou chance de insucesso. Para as nossas finanças, estes conceitos estão meio certos, pois, para os investimentos, risco é a probabilidade de o retorno ser diferente do esperado, podendo ser uma grata surpresa ou um desastre.
É improvável que aconteça em sua vida tudo o que você espera, portanto, podemos afirmar que o “risco” faz parte do dia a dia. Com os investimentos não poderia ser diferente: todo ativo financeiro tem seus riscos e quem investe precisa aprender a conviver com eles.
Já demos muitos passos importantes em nossa jornada à tranquilidade financeira. Entender os riscos dos investimentos e conhecer o seu grau de tolerância a eles é fundamental para ter sossego. Neste artigo veremos quais são esses riscos, como identificar o seu perfil de risco como investidor e como gerenciar essas incertezas para ter um resultado alinhado às expectativas.
O primeiro passo para a boa convivência com os riscos é o reconhecimento do grau de tolerância a eles. Este grau determina se o investidor tem perfil conservador, moderado ou arrojado.
Em diversos sites você poderá responder a um questionário simples e pessoal e descobrir o seu perfil. Recomendo esse teste super bacana da Sicoob, mas existem vários outros disponíveis no seu banco ou na internet. Não deixe de testar para reconhecer seus limites.
Agora que você já sabe o quanto suporta de riscos, precisa entender que eles apresentam diversas naturezas. As mais comuns são:
> Risco de Mercado: representa a oscilação do preço do ativo. Pense em um gráfico de retornos com muitos altos e baixos e outro com poucas variações. A linha com muitas alterações apresenta mais incertezas, concorda? Portanto, o ativo representado por este gráfico exibe maior risco de mercado.
> Risco de Crédito: é o risco de emprestar e não ser pago. Por exemplo, se você compra um Título Público, empresta dinheiro ao governo. Caso o governo quebre (uma situação remota), você sofrerá um calote, confirmando o risco de crédito da operação.
> Risco de Liquidez: trata-se da probabilidade de não conseguir transformar seu investimento facilmente em dinheiro. Um imóvel é um tipo de investimento com risco de liquidez, pois pode ser difícil transformá-lo em dinheiro na mão rapidamente a um preço justo.
Estes são os três principais riscos, mas estes estão às dezenas nos acompanhando diariamente. Antes de realizar qualquer aplicação financeira, entenda quais os riscos que ela carrega. E, sim, todas as opções têm riscos em graus variados.
Pronto! Agora você já sabe qual o seu perfil e já identifica quais as incertezas incorridas em cada ativo. Com essas informações, a possibilidade de entrar em “furadas financeiras” diminui sobremaneira.
Em um próximo passo, busque entender sobre:
> volatilidade, que é o quanto oscila o preço do ativo;
> sharpe, que mostra o quanto de retorno cada unidade de risco entrega;
> retorno relativo, que apresenta a relação entre a rentabilidade do ativo e seu índice de referência.
Enfim, existe uma grande diversidade de indicadores e, com o passar do tempo e aportes financeiros, fatalmente, você se deparará com mais informações preciosas.
Por fim, não tem como gerenciar os riscos sem acompanhar o mercado financeiro. Não é necessário passar o dia todo acompanhando a cotação da bolsa de valores, mas você precisa associar os acontecimentos do mercado com a oscilação dos ativos da sua carteira, sejam os de renda fixa ou variável. Com o tempo, sua experiência significará uma melhor tomada de decisão de aplicação do seu dinheiro.
Em uma análise ampla, gerenciamento de risco é importante em qualquer atuação do cotidiano. Não poderia ser diferente com as aplicações financeiras, visto que, existem muitas variáveis em qualquer que seja o ativo. Portanto, a tranquilidade financeira passa, invariavelmente, pelos investimentos adequados à sua tolerância ao risco e a contínua busca pelo conhecimento.