Boletim Econômico – 30.05.2025

Internacional

Inflação medida pelo PCE sobe 0,1% em abril, indo a 2,1% em 12 meses – Segundo dados divulgados pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) nesta sexta-feira (30), o índice de preços (PCE) dos Estados Unidos subiu 0,1% em abril após ficar estável em março. Em 12 meses, o índice foi a 2,1%, abaixo da taxa de 2,3% em março, mas ainda acima da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve (Fed). O núcleo da inflação, que exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, também subiu 0,1% em abril, repetindo a variação de março. Já no acumulado de 12 meses, a alta foi de 2,5%, abaixo da variação de 2,7% do mês anterior. Os resultados diferem das expectativas do mercado, que esperava estabilidade nos preços no mês e avanço anual de 2,2%. Já no núcleo, os números vieram em linha com as projeções de altas de 0,1% e 2,5%, respectivamente.

Ata do Fomc reflete postura de cautela em meio a preocupações com tarifas – O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) divulgou, nesta quarta-feira (28), a Ata da reunião realizada nos dias 6 e 7 de maio, na qual decidiu em consenso pela manutenção da taxa de juros. Segundo o documento, os membros se surpreenderam com a magnitude e a abrangência dos aumentos tarifários anunciados após o Dia da Libertação, no início de abril, o que aumentou a incerteza sobre as perspectivas econômicas e levou a uma postura de espera. Apesar das preocupações com dados mais fracos de atividade, incluindo o PIB do primeiro trimestre, que alguns atribuíram a problemas de medição, o Fomc avaliou o crescimento econômico como sólido e o mercado de trabalho como equilibrado. Os dirigentes também destacaram que os riscos de inflação e desemprego aumentaram desde a decisão de março, mas consideram a política monetária moderadamente restritiva e bem posicionada, enquanto aguardam maior clareza nos dados. O tom da Ata veio em linha com declarações recentes dos representantes.

Trump comemora retomada do tarifaço e faz ataque a juízes – O presidente Donald Trump comemorou a decisão do Tribunal de Apelações dos Estados Unidos, proferida na tarde desta quinta-feira (29), que restabeleceu as tarifas impostas por ele no “Dia da Libertação”. Em publicação nas redes sociais, Trump também atacou juízes ao criticar a decisão do Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, publicada na última quarta-feira, suspendendo as tarifas impostas por seu governo a outros países. Em postagem nas redes sociais, o republicano disse que os três juízes que decidiram contra suas medidas causaram “dano” à economia do país por “puro ódio” à sua gestão. Duas grandes categorias de tarifas impostas pelo governo Trump haviam sido suspensas por decisão do Tribunal de Comércio. Na decisão, os magistrados afirmaram que o presidente excedeu sua autoridade ao impor, com base em uma lei de poderes emergenciais, taxas generalizadas sobre produtos importados de diversos países. O Tribunal de Apelações restabeleceu todas as tarifas impostas por Trump. A nova decisão atendeu a um recurso da Casa Branca, que solicitava a suspensão temporária da sentença. Com isso, o tarifaço anunciado no chamado “Dia da Libertação” voltou a vigorar. O tribunal estabeleceu o prazo até 5 de junho para que os autores da ação contra as tarifas respondam ao recurso apresentado pelo governo.

Trump acusa China de violar acordo sobre tarifas – Em uma publicação na rede social Truth Social, nesta sexta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a China de violar o acordo sobre as tarifas, que os dois países fecharam no dia 12 deste mês. Trump afirmou que só fechou o acordo para ajudar a China. De acordo com ele, tudo ocorreu para “salvá-los” de grave perigo econômico. Trump não detalhou como a China teria quebrado o acordo firmado na Suíça. A nova declaração de Trump lança novas incertezas sobre o processo de diálogo comercial com o gigante asiático, principalmente após o anúncio da Casa Branca de que revogará vistos de estudantes chineses, que deve afetar milhares de estudantes nos EUA e foi descrito por Pequim como uma decisão “discriminatória”.

Índice de sentimento econômico da zona do euro avança a 94,8 em maio – Segundo dados divulgados pela Comissão Europeia nesta terça-feira (27), o índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores, subiu para 94,8 pontos em maio, ante 93,8 pontos em abril. O resultado de maio superou a expectativa de analistas, que previam avanço do índice a 93,9 pontos.

Lucro industrial da China cresce 3,0% na leitura anualizada em abril – Conforme dados publicados pelo Departamento Nacional de Estatísticas nesta terça-feira (27), o lucro industrial da China cresceu 3,0% em abril em relação ao mesmo mês do ano anterior, acelerando em relação à alta de 2,6% em março. Nos primeiros quatro meses deste ano, o lucro industrial do país aumentou 1,4%, acelerando em relação ao crescimento de 0,8% do primeiro trimestre. As empresas industriais da China relataram lucros maiores em abril, impulsionadas pela produção mais rápida, apesar das incertezas contínuas das tensões comerciais entre o país e os Estados Unidos, que se intensificaram ao longo do mês. No entanto, as exportações e a produção industrial da China desafiaram as expectativas, registrando forte crescimento em abril.

Nacional
PIB do 1º Trimestre de 2025 avança 1,4% — O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, conforme divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (30). Na comparação anual, o crescimento foi de 2,9%. O desempenho foi impulsionado principalmente pela agropecuária, que registrou alta de 12,2%, devido a uma safra recorde de grãos, especialmente soja e milho. O setor de serviços cresceu 0,3%, enquanto a indústria teve uma leve queda de 0,1%.

IPCA-15 sobe 0,36% em maio — O IPCA-15 subiu 0,36% em maio, desacelerando após alta de 0,43% em abril, segundo dados publicados pelo IBGE nesta terça-feira (27). O índice acumula alta de 2,80% no ano e de 5,40% em 12 meses. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram alta em seus preços, com destaque para Vestuário (0,92%), Saúde e cuidados pessoais (0,91%) e Habitação (0,67%). Já os grupos Transportes (-0,29%) e Artigos de residência (-0,07%) apresentaram variação negativa. As demais variações ficaram entre 0,09% de Educação e 0,50% de Despesas pessoais.

Taxa de desemprego recua para 6,6% no trimestre encerrado em abril — Segundo dados divulgados pelo IBGE na quarta-feira (29), a taxa de desocupação no Brasil foi de 6,6% no trimestre móvel até abril de 2025, mantendo estabilidade em relação ao trimestre anterior (6,5%) e registrando o menor patamar da série histórica para o período. Em números absolutos, o país contabilizou 7,3 milhões de pessoas desocupadas, uma queda de 11,5% na comparação anual. A população ocupada somou 103,3 milhões de pessoas, crescimento de 2,4% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado alcançou um recorde de 39,6 milhões, alta de 3,8% em 12 meses. O rendimento médio real habitual ficou em R$ 3.426, avanço de 3,2% na comparação anual. A massa de rendimento real habitual, por sua vez, totalizou R$ 349,4 bilhões, atingindo novo recorde histórico, com crescimento de 5,9% frente ao mesmo período do ano anterior.

Investimento estrangeiro registra ingresso de US$ 5,491 bilhões em abril — O Brasil registrou um ingresso líquido de US$ 5,491 bilhões em Investimento Direto no País (IDP) em abril de 2025, segundo dados divulgados pelo Banco Central. Desse montante, US$ 4,1 bilhões foram destinados a participações no capital, enquanto US$ 1,4 bilhão corresponderam a operações intercompanhia. Com este resultado, o acumulado do ano alcançou US$ 27,282 bilhões, aproximando-se da projeção de US$ 70 bilhões para 2025.

Confiança do consumidor avança pelo terceiro mês consecutivo — O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pela FGV, subiu 1,9 ponto em maio e atingiu 86,7 pontos, registrando a terceira alta mensal consecutiva e uma recuperação de aproximadamente 30% das perdas acumuladas entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano. A melhora foi puxada principalmente pela avaliação da situação presente: o Índice de Situação Atual (ISA) avançou 2,9 pontos, para 84,0, com destaque para a percepção sobre a situação financeira atual das famílias, que cresceu 4,0 pontos, para 74,6, e para a avaliação da situação econômica local, que subiu 1,8 ponto, alcançando 93,7. O Índice de Expectativas também teve alta de 1,0 ponto, chegando a 89,1, com o indicador de situação financeira futura avançando 1,6 ponto e o de situação econômica local futura subindo 2,1 pontos, atingindo 104,1 — mantendo-se acima da linha de 100 pontos pelo segundo mês seguido. Apesar disso, a intenção de compra de bens duráveis recuou 0,7 ponto, para 77,2, indicando persistente cautela do consumidor. O aumento da confiança foi disseminado entre todas as faixas de renda, com destaque para a classe de R$ 4.800 a R$ 9.600, que apresentou alta de 3,0 pontos, e para a faixa de até R$ 2.100, que interrompeu uma sequência de cinco quedas seguidas com um leve aumento de 0,9 ponto.

Governo central registra superávit primário de R$ 17,8 bilhões em abril — Em abril de 2025, o governo central brasileiro apresentou um superávit primário de R$ 17,8 bilhões, superando as expectativas do mercado, que previam R$ 15,9 bilhões. Esse resultado representa um aumento em relação ao superávit de R$ 11,6 bilhões registrado em abril de 2024. O desempenho foi impulsionado por um aumento na arrecadação de impostos e receitas de dividendos, além de receitas provenientes da exploração de recursos naturais, especialmente petróleo. No acumulado do ano até abril, o superávit primário soma R$ 72,4 bilhões, mais que o dobro dos R$ 31,8 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior. Esse resultado também foi favorecido pelo adiamento estratégico de pagamentos judiciais obrigatórios, que neste ano foram postergados para o segundo semestre, diferentemente de 2024, quando ocorreram no primeiro semestre. Apesar de um déficit primário acumulado de R$ 5,3 bilhões nos últimos 12 meses (equivalente a 0,02% do PIB), o Tesouro Nacional expressou otimismo quanto à possibilidade de registrar um superávit no acumulado de 12 meses em maio. A meta fiscal do governo para 2025 é de déficit primário zero, com uma margem de tolerância que permite um déficit de até R$ 31 bilhões (0,25% do PIB), ainda em conformidade com as regras fiscais estabelecidas.

Data Referência (23/05/2025 até 29/05/2025)
CDI: 0,27%
Dólar: 0,30%
Ibovespa: 0,92%
IDkA IPCA 2 Anos: 0,15%
IMA Geral ex-C: 0,32%
IMA-B: 0,32%
IMA-B 5: 0,17%
IMA-B 5+: 0,41%
IRF-M: 0,45%
IRF-M 1: 0,27%
IRF-M 1+: 0,53%
S&P 500 (Moeda Original): 1,20%
IPCA+5,62%: 0,19%