Boletim Econômico – 29.08.2025

INTERNACIONAL

Ata do BCE revela divisão entre os membros sobre riscos inflacionários – O Banco Central Europeu (BCE) divulgou, nesta quinta-feira (28), a ata da reunião de política monetária, ocorrida nos dias 23 e 24 de julho, evidenciando divergências entre os membros do Conselho. Na ocasião, o BCE manteve sua taxa básica de juros em 2% ao ano. Acerca da trajetória da inflação, parte dos dirigentes avaliou que a manutenção da taxa básica em 2% era condizente com a inflação em linha com a meta, enquanto outros alertaram para pressões persistentes no setor de serviços e potenciais efeitos de segunda ordem. O documento também destacou a resiliência do mercado de trabalho e a volatilidade nos preços de energia como fatores de incerteza. Assim, prevaleceu a decisão de manter os juros estáveis, com sinalização de monitoramento constante, reforçando que eventuais cortes adicionais em 2025 dependerão da evolução dos próximos indicadores econômicos.

PIB dos EUA cresce 3,3% no 2º trimestre – Conforme dados divulgados pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos nesta quinta-feira (28), o Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 3,3% no segundo trimestre de 2025, acima da expectativa de 2,8% dos analistas. O resultado foi impulsionado, principalmente, pela queda das importações com o tarifaço imposto aos parceiros comerciais dos Estados Unidos, que entram negativamente no cálculo do PIB, e pela maior força do consumo das famílias. A última estimativa do PIB mostra que a economia se recuperou fortemente da queda de 0,5% no primeiro trimestre. O dado reforça o desafio do Federal Reserve em calibrar o início do ciclo de cortes de juros, diante de uma atividade ainda aquecida e de pressões inflacionárias persistentes.

Inflação PCE nos EUA avança 2,6% em julho, em linha com o esperado – O Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou nesta sexta-feira (29) que o Índice de preços (PCE), subiu a taxa anualizada de 2,6% em julho. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo da inflação também avançou na base anual, para 2,9%. Na leitura mensal, tanto o índice cheio quanto o núcleo registraram alta, avançando 0,2% e 0,3%, respectivamente. Em julho, a medida de inflação preferida do Federal Reserve veio conforme as expectativas do mercado. O resultado reforça a leitura de moderação gradual das pressões inflacionárias, mas ainda em patamar acima da meta de 2% do Fed, mantendo a cautela da autoridade monetária quanto ao início do ciclo de corte de juros previsto para 2025.

Primeiro-ministro da Índia visita China em meio à guerra tarifária com os EUA – O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, está realizando sua primeira visita à China em sete anos para participar da cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), em Tianjin, nos dias 31 de agosto e 1º de setembro. A reaproximação ocorre em resposta às tarifas de até 50% impostas pelos Estados Unidos sobre exportações da Índia, o que levou o governo a diversificar suas alianças e fortalecer laços com potências asiáticas. No encontro, Modi se reunirá com Xi Jinping e Vladimir Putin, num momento em que a China busca se posicionar como parceira estável e a Índia reforça sua autonomia estratégica em meio à crescente pressão de Washington. A cooperação bilateral pode incluir reabertura de rotas aéreas e fronteiriças, além de facilitação no comércio de produtos estratégicos como fertilizantes e minerais raros.

Expectativas de inflação da zona do euro permanecem em 2,6% em julho – Segundo pesquisa divulgada pelo Banco Central Europeu (BCE) nesta sexta-feira (29), as expectativas de inflação dos consumidores para os próximos 12 meses mantiveram-se em 2,6%, mesmo valor registrado em junho. Para o horizonte de três anos, as projeções subiram ligeiramente, para 2,5%, enquanto as expectativas de cinco anos permaneceram estáveis em 2,1%. O levantamento ainda indicou que as perspectivas de crescimento do PIB para o próximo ano se deterioraram, com projeção de –1,2%, e que a previsão para a taxa de desemprego aumentou para 10,6%. Esses dados sugerem que, apesar de as expectativas de inflação ainda estarem acima da meta de 2% do BCE, o otimismo econômico segue moderado e sinaliza cautela sobre ajustes na política monetária.

NACIONAL

Lula afirma não ter pressa em responder às tarifas dos EUA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, nesta sexta-feira (29), que o Brasil não pretende adotar medidas imediatas de reciprocidade após a decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. Na entrevista, Lula assegurou que seu principal objetivo é encontrar uma solução negociada para o atrito comercial com os EUA, embora tenha afirmado não haver, no momento, disposição de Washington para negociar.

Confiança do consumidor recua em agosto com piora das expectativas – Conforme dados publicados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (25), o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu de 86,7 pontos em julho para 86,2 pontos em agosto, interrompendo a sequência de dois meses de alta. O recuo foi motivado pela piora das expectativas em relação ao futuro da economia e do mercado de trabalho, enquanto as avaliações sobre a situação atual apresentaram leve melhora. De acordo com a FGV, os resultados sugerem um quadro de cautela e preocupação com o futuro, tendo em vista, principalmente, os altos níveis de endividamento e inadimplência das famílias.

IPCA-15 registra deflação de 0,14% em agosto – Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (26), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) recuou 0,14% em agosto, após avançar 0,33% em julho. Com o resultado, o índice acumula alta de 3,26% no ano e de 4,95% em 12 meses, abaixo dos 5,30% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Essa foi a primeira taxa negativa desde julho de 2023, quando havia recuado 0,07%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro registraram queda em seus preços: Habitação (-1,13%), Alimentação e bebidas (-0,53%), Transportes (-0,47%) e Comunicação (-0,17%). Apesar do alívio no mês, o Relatório Focus mais recente, divulgado na última segunda-feira (25), projeta o IPCA em 4,86% para o fechamento de 2025, ainda acima da meta do Banco Central.

Dívida pública sobe para 77,6% do PIB em julho – De acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (29), a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) atingiu 77,6% do PIB em julho, frente a 76,6% em junho, totalizando cerca de R$ 9,6 trilhões. A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) também avançou, passando de 62,9% para 63,7% do PIB, somando R$ 7,8 trilhões. Os resultados vieram acima das expectativas da pesquisa Reuters, que projetava 77,0% para a dívida bruta e 63,4% para a dívida líquida.

Setor público registra déficit de R$ 66,6 bilhões em julho – OBanco Central informou nesta sexta-feira (29) que o setor público consolidado, que inclui União, estados, municípios e estatais, apresentou déficit primário de R$ 66,6 bilhões em julho. Em julho de 2024, o resultado havia sido deficitário em R$ 21,3 bilhões. Em doze meses, o setor público consolidado acumulou déficit primário de R$ 27,3 bilhões, 0,22% do PIB, ante superávit de R$ 17,9 bilhões, 0,15% do PIB, nos doze meses acumulados até junho.

Data Referência (22/08/2025 até 28/08/2025)

CDI: 0,28%

Dólar: -1,30%

Ibovespa: 4,86%

IDkA IPCA 2 Anos: 0,62%

IMA Geral ex-C: 0,58%

IMA-B: 1,13%

IMA-B 5: 0,69%

IMA-B 5+:  1,48%

IRF-M: 0,75%

IRF-M 1: 0,31%

IRF-M 1+: 1,00%

S&P 500 (Moeda Original): 2,07%

IPCA+5,62%: 0,08%