Boletim Econômico – 23.08.24

INTERNACIONAL

Powell diz que “chegou a hora” de reduzir os juros nos EUA – Em seu discurso no simpósio econômico de Jackson Hole, em Wyoming, nesta sexta-feira (23), Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), afirmou que “chegou a hora” do banco central dos Estados Unidos cortar sua taxa de juros tendo em vista a evolução da inflação em direção à meta de 2% nos últimos meses e os riscos crescentes para o mercado de trabalho, que não deixam espaço para mais fraqueza da economia. Segundo Powell, “Os riscos de alta para a inflação diminuíram. E os riscos de queda para o emprego aumentaram“. O presidente do Fed afirmou que “Chegou a hora de ajustar a política. A direção a ser seguida é clara, e o momento e o ritmo dos cortes nos juros dependerão dos dados que chegarem, da evolução das perspectivas e do equilíbrio dos riscos“. Powell argumentou ainda que o aumento na taxa de desemprego no último ano decorreu, em grande parte, do aumento da oferta de mão de obra e da desaceleração das contratações, e não do aumento das demissões. Além disto, enfatizou ao dizer que o Fed quer evitar qualquer deterioração adicional do mercado de trabalho.

PMI composto dos Estados Unidos cai para 54,1 em agosto – Conforme dados preliminares publicados pela S&P Global nesta quinta-feira (22), o índice de gerentes de compras (PMI) dos EUA, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 54,3 em julho para 54,1 em agosto, o menor patamar em quatro meses, contudo, permanecendo acima de 50, o que representa expansão da atividade. O resultado foi puxado pela desaceleração do setor de manufatura, uma vez que o PMI industrial recuou de 49,6 para 48,0, na mesma comparação, caindo pelo segundo mês consecutivo, sinalizando uma deterioração nas condições de negócios do setor. Em contrapartida, o setor de serviços avançou de 55,0 para 55,2, na passagem de julho para agosto. Conforme Chris Williamson, economista chefe de Negócios da S&P Global Market Intelligence, “o crescimento tornou-se cada vez mais dependente do setor de serviços, pois a manufatura, que geralmente lidera o ciclo econômico, entrou em declínio”, destacou.

Inflação ao consumidor na zona do euro acelera para 2,6% em julho – A Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, divulgou nesta terça-feira (20) que a taxa anual de inflação ao consumidor da zona do euro acelerou para 2,6% em julho, ante 2,5% em junho. A leitura final da inflação de julho confirmou o dado preliminar e veio em linha com a expectativa de analistas. Na comparação mensal, o IPC do bloco ficou estável em julho (0,0%), também como esperado. O núcleo do indicador, que desconsidera os preços de energia e de alimentos, teve crescimento anual de 2,9% em julho, confirmando a publicação anterior e repetindo a variação de junho. Contudo, no confronto mensal, o núcleo do IPC recuou 0,2% em julho.

Banco Central Europeu afirma que avaliam a possibilidade de cortes de juros em setembro, aponta ata da última reunião – O Banco Central Europeu (BCE) publicou, nesta quinta-feira (22), a ata da reunião ocorrida nos dias 17 e 18 de julho. Na ocasião, as autoridades do BCE mantiveram os juros inalterados e não demonstraram pressa em reduzir a taxa de juros no momento. Além disto, o BCE não forneceu quase nenhuma sinalização a respeito de suas futuras ações na condução da política monetária, ainda que o mercado continue apostando cada vez mais na redução dos juros no mês que vem. “A reunião de setembro foi amplamente vista como um bom momento para reavaliar o nível de restrição da política monetária”, apontou a ata do BCE.

PMI composto da zona do euro sobe a 51,2 em agosto, impulsionado pelo avanço em serviços – Segundo dados preliminares, divulgados nesta quinta-feira (22) pela S&P Global em parceria com o Hamburg Commercial Bank, o PMI composto da zona do euro avançou de 50,2 em julho para 51,2 em agosto, atingindo o maior patamar em três meses. O resultado veio acima do esperado pelos analistas, que previam alta a 50,4. O resultado foi impulsionado sobretudo pelo avanço inesperado do PMI de serviços, de 51,9 para 53,3, atingindo o maior nível em quatro meses e contrapondo as estimativas dos analistas de queda a 51,5. O PMI industrial da zona do euro, por sua vez, recuou de 45,8 em julho para 45,6 em agosto, tocando o menor patamar em oito meses e vindo em linha com o esperado.

China decide manter taxas de juros de referência inalteradas – O Banco do Povo da China publicou, nesta terça-feira (21), que decidiu manter suas taxas de juros de referência para empréstimos (LPR) inalteradas, conforme as expectativas do mercado. A taxa de juros para empréstimos de um ano foi mantida em 3,35%, enquanto a LPR de cinco anos ficou inalterada em 3,85%. A decisão pela manutenção das LPRs ocorreu após a China reduzir inesperadamente as taxas em julho, sinalizando a intenção das autoridades de fortalecer o crescimento econômico.

Núcleo da inflação no Japão perde força em julho – Segundo dados publicados nesta sexta-feira (23), o núcleo da inflação do Japão acelerou pelo terceiro mês consecutivo na leitura anualizada, indo a 2,7% em julho após 2,6% em junho. Contudo, uma medida mais detalhada da inflação, que exclui preços de outros produtos voláteis, conhecida como “núcleo do núcleo”, perdeu força ao variar 1,9% em julho ante 2,2% em junho, o que pode dificultar a decisão do banco central japonês, o BoJ, sobre novos aumentos de juros nos próximos meses. Os dados de inflação são vistos como fundamentais para novas decisões sobre aumentos de juros pelo Banco do Japão, que surpreendeu o mercado em julho ao elevar os juros para o nível mais alto em 15 anos e sinalizar sua disposição de aumentar ainda mais os custos de empréstimos com base nas perspectivas crescentes de que a inflação atingirá de forma duradoura sua meta de 2%.

NACIONAL

Receita Tributária Federal bate recorde em julho e chega a R$ 231 bilhões – Conforme dados divulgados pela Receita Federal nesta quinta-feira (22), a arrecadação federal em julho foi de R$ 231,04 bilhões, um aumento real de 9,5% em relação a julho de 2023. Com o resultado, no acumulado do ano até julho, a arrecadação passou o valor de R$ 1,5 trilhão, representando um acréscimo de 9,15%. Os resultados representam recordes desde o início da série histórica, em 1995. Para o desempenho recorde do mês, os destaques foram os tributos cobrados de importações; a volta da cobrança sobre combustíveis; e os pagamentos de impostos pelas empresas. Além disso, conforme o relatório da Receita Federal, os aumentos reais nos volumes de vendas e de serviços e o mercado de trabalho aquecido geram mais contribuições. No acumulado de janeiro a julho, esses fatores também são importantes junto com a tributação sobre fundos de investimentos.

Ibovespa volta a subir e bate novo recorde histórico, aos 136 mil pontos – O Ibovespa, principal índice acionário da B3, bolsa de valores brasileira, fechou em alta na quarta-feira (21) e renovou seu recorde histórico em 136.464 pontos. O recorde também ocorreu ao longo do dia, quando a bolsa atingiu 137 mil pontos pela primeira vez, com máxima de 137.040 durante o pregão. Este movimento se deu com a onda de otimismo dos mercados após a ata da última reunião do Fed indicar a inclinação dos membros a iniciar o ciclo de cortes na taxa de juros em setembro. Conforme a ata, “a grande maioria” dos agentes “destacou que, se os dados continuassem a vir de acordo com o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política monetária na próxima reunião“.

População do Brasil começará a encolher em 2042, antes do previsto, diz IBGE – Segundo projeções divulgadas nesta quinta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira vai começar a encolher em 2042. Os números apontam que sairemos dos atuais 203 milhões para 220 milhões em 2041 e, a partir do ano seguinte, a população começará a encolher até chegar a 199,2 milhões em 2070. Em relação à previsão feita em 2018, o ponto de inflexão, quando a população deixa de crescer e começa a encolher, foi adiantado em 6 anos, uma vez que conforme a estimativa anterior o Brasil começaria a encolher em 2048.

Otimista, Haddad comemora previsões de crescimento da economia se aproximando dos 3% – Em reunião no Palácio do Planalto na segunda-feira (19), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, citou que os bancos estão revisando para cima suas previsões de crescimento para o Brasil em 2024. Segundo Haddad, a melhora nas previsões veio após a publicação do IBC-Br, considerado a “prévia do PIB”, que demonstrou uma economia forte. O ministro mencionou que o JP Morgan subiu sua previsão para 2,9% e a XP, para 2,7%. Outros bancos subiram para 2,6%. Além disso, Haddad reiterou que sua equipe vai revisar, em breve, a sua previsão de crescimento para 2024, que hoje está em 2,5%, e lembrou que as notícias otimistas vindas dos Estados Unidos devem levar à queda nos juros dos Estados Unidos nos próximos meses, o que pode acalmar o mercado e redirecionar investimentos para países emergentes, o que também pode ajudar o Brasil.

TCU alerta governo e diz que há duplo risco para meta fiscal em 2025 – O Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que as projeções do governo para o resultado primário em 2025 apresentam “duplo risco”, devido à possibilidade de frustrações de receitas e aumento das despesas obrigatórias. O alerta foi feito à equipe econômica do governo em relatório que analisa o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, enviado pelo Poder Executivo em abril ao Congresso Nacional. Conforme os auditores do TCU, as estimativas apresentadas no PLDO para 2025 referentes à receita primária líquida são “otimistas”, ficando de R$ 35,6 bilhões a R$ 50,7 bilhões acima das projeções feitas com base em dados do mercado. A discrepância nos dados explicaria os riscos de frustração de receitas no ano que vem. Os técnicos também apontam que os aumentos das despesas primárias totais ultrapassam o limite de crescimento real de 2,5% ao ano permitido pelo arcabouço fiscal. O relatório aponta ainda que mirar o limite inferior do arcabouço fiscal como referência para o resultado primário e adoção de contingenciamento pode elevar o risco de descumprimento das metas fiscais, além de afetar a credibilidade das regras e comprometer a gestão das contas públicas no futuro. Segundo o TCU, a estratégia de mirar o limite inferior da banda, embora não seja ilegal, pode gerar ainda inconsistências a longo prazo na trajetória da dívida, a depender das projeções de resultado primário utilizadas nas estimativas.

Data Referência (16/08/2024 a 22/08/2024)

CDI: 0,20%

Dólar: 1,60%

Ibovespa: 0,76%

IDkA IPCA 2A: -0,24%

IMA-B: -0,93%

IMA-B 5: -0,27%

IMA-B 5+: -1,38%

IMA Geral Ex-C: -0,15%

IRF-M: -0,05%

IRF-M 1: 0,17%

IRF-M 1+: -0,16%

S&P 500: 0,49%

IPCA + 5,25%: 0,13%

Gostou desse conteúdo exclusivo?
Então não deixe de nos acompanhar também nas redes sociais e ficar por dentro dos assuntos mais relevantes sobre economia, investimentos, Pró-Gestão, ALM e muito mais para o dia a dia do seu RPPS.
LEMA, consultoria de investimentos para todos os RPPS.