Boletim Econômico – 22.12.23

Internacional:

 

PIB dos EUA sobe abaixo do esperado – Conforme os dados finais apresentados pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrou um crescimento de 4,9% no terceiro trimestre de 2023, em comparação com o trimestre anterior. Na primeira estimativa, a expansão estava projetada em 4,9%, mas essa estimativa foi ajustada para 5,2% na segunda revisão, divulgada há um mês. A revisão mais recente dos dados foi influenciada principalmente por uma redução nos gastos dos consumidores durante o período. Vale destacar que o PIB dos Estados Unidos apresentou um crescimento de 2,0% no primeiro trimestre e de 2,1% no segundo trimestre.

 

CPI da zona do euro desacelera em novembro – Conforme divulgado pelo Eurostat, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) na zona do euro foi de 2,4% em novembro, comparada a 2,9% em outubro. Há um ano, a taxa era significativamente mais elevada, atingindo 10,1%. A variação mensal dos preços entre outubro e novembro foi de -0,6%. No conjunto da União Europeia (UE), a inflação anualizada foi de 3,1% em novembro, em comparação com 11,1% no mesmo período do ano anterior. O núcleo da inflação na área da moeda comum europeia desacelerou de 4,2% para 3,6% em termos anualizados em novembro. Este indicador, que exclui as variações de energia, alimentos, bebidas e tabaco apresentou uma deflação de 0,6% no mês.

 

União Europeia adotará plano para reduzir o déficit e conter a dívida pública – Os governos da União Europeia (UE) chegaram a um consenso para implementar novas regras destinadas a reduzir os déficits orçamentais e a dívida pública. Estas normas proporcionam aos países um prazo mais flexível para reduzirem os déficits para a meta de 3% do PIB. Os ministros das Finanças concordaram que a dívida deve apresentar uma trajetória claramente descendente. No caso em que o indicador dívida/PIB ultrapasse os 90%, os países são obrigados a reduzir sua dívida em um ponto percentual por ano. Para os países com uma relação dívida/PIB situada entre 60% e 90%, a meta é uma redução anual de meio ponto percentual.

 

Autoridades afirmam que economia da China deve melhorar em 2024 – O governo chinês afirmou que a economia da China deve apresentar condições mais favoráveis e oportunidades superiores a desafios em 2024. A agência oficial de notícias, Xinhua, informou que “os preços na China estão baixos, os níveis de dívida do governo central não estão altos e há condições para fortalecer a implementação de políticas monetárias e fiscais”. Além disso, a entidade reiterou que, por meio dos esforços conjuntos, os objetivos da política de prevenção de riscos imobiliários e estabilização do mercado podem ser plenamente alcançados. Este comunicado reflete a confiança do governo chinês na capacidade de sua economia de enfrentar os desafios atuais e de implementar medidas eficazes para garantir a estabilidade e o crescimento sustentável.

 

 

 

Nacional

 

IBC-Br tem nova queda em outubro – O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) registrou uma queda de 0,06% em outubro, após uma redução de 0,05% em setembro. Em comparação com outubro de 2022, o IBC-Br apresentou um aumento de 1,54%. No trimestre encerrado em setembro, o indicador teve uma diminuição de 0,42% em relação ao trimestre anterior, mas houve um crescimento de 0,88% em comparação com o mesmo trimestre de 2022. Na análise dos dados, observa-se que o resultado foi influenciado por variações próximas à estabilidade em quase todos os setores da atividade econômica. Entretanto, destaca-se a perda de ímpeto nos setores de transportes e na demanda das famílias no mês em questão. Com os dados divulgados, o IBC-Br acumula um aumento de 2,36% no ano e de 2,19% nos últimos 12 meses.

 

Ata do Copom cita progresso desinflacionário – Em sua reunião, no dia 13 de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil constatou que houve um progresso desinflacionário relevante no país. Contudo, reconheceu que ainda persiste um percurso substancial para atingir à ancoragem das expectativas e restabelecer a inflação no patamar da meta, “o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária”. Além disso, os diretores do Banco Central observaram a incerteza presente no cenário internacional, caracterizado pela volatilidade, o que fundamenta a adoção de cautela na condução da política monetária. Em relação aos próximos passos, houve consenso unânime entre os membros do Copom quanto à expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões. Avaliaram que esse ritmo representa uma abordagem apropriada para manter à política monetária contracionista, considerada necessária para sustentar o processo desinflacionário em curso.

 

IGP-M acelera em dezembro – Na segunda prévia de dezembro, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou uma aceleração, atingindo 0,78%, em comparação com a variação de 0,61% na mesma leitura de novembro. Analisando os componentes, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) apresentou um aumento para 1,07%, em relação a 0,74%, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) desacelerou para 0,07%, ante 0,30%. Por sua vez, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) teve um arrefecimento, passando de 0,26% para 0,10%. As maiores pressões de alta no índice geral foram provenientes dos seguintes itens: passagem aérea, taxa de água e esgoto residencial, plano e seguro de saúde, aluguel residencial e batata-inglesa.

 

Congresso promulga reforma tributária – Nesta quarta-feira (20), o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional (EC 132/2023) que estabelece a reforma tributária dos impostos sobre o consumo. A proposta votada pelos parlamentares institui um Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) no formato dual, composto por dois tributos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). No novo sistema, o IVA dual apresentará uma alíquota padrão, outras duas alíquotas diferenciadas (com reduções de 30% e 60% em relação à primeira) e uma quarta alíquota zerada. Adicionalmente, foram especificados setores que contarão com regimes tributários diferenciados devido às suas atividades não-conciliáveis ao modelo do IVA. Apesar da conclusão do processo legislativo, a implementação efetiva da reforma tributária está condicionada à regulamentação. O governo já está trabalhando em pelo menos três projetos de lei complementar para submeter ao Congresso Nacional. A expectativa é que esses textos possam ser avaliados ao longo de 2024.

 

Fitch confirma rating do Brasil em ‘BB’ – A Fitch Ratings confirmou o rating soberano do Brasil em ‘BB’, mantendo à perspectiva estável. A agência havia alterado o rating do Brasil em julho, destacando o desempenho macroeconômico e fiscal acima do esperado em meio a choques sucessivos nos últimos anos, políticas proativas e reformas. Na ocasião, a Fitch também expressou expectativas positivas de que um novo governo buscaria melhorias adicionais. No entanto, a recente decisão da Fitch citou a deterioração fiscal em 2023, impulsionada por receitas lentas e substanciais aumentos nos gastos relacionados à expansão dos benefícios sociais do Bolsa Família, bem como à liquidação do estoque remanescente de pagamentos “precatórios” ordenados judicialmente. Esses elementos foram identificados como potenciais motivadores de uma ação de rebaixamento ou classificação negativa para o país.

 

Fitch revisa perspectiva do Bradesco para negativa – A agência de classificação de risco, Fitch Ratings, confirmou nesta quinta-feira (21) o rating do Bradesco em BB+, porém, revisou a perspectiva da nota de crédito do banco de estável para negativa. Essa mudança na perspectiva reflete uma deterioração mais significativa na qualidade e rentabilidade dos ativos do Bradesco do que o previsto pela agência anteriormente. Segundo a avaliação da Fitch, o banco experimentou um aumento notável nos atrasos nos pagamentos de empréstimos de varejo, principalmente em empréstimos não garantidos no segmento de baixa renda. A agência também expressou a expectativa de que as despesas gerais do banco continuarão a aumentar em 2024 e que os resultados tangíveis da recuperação só começarão a ser observados em 2025.

 

Data Referência (15/12/2023 a 21/12/2023)

CDI: 0,22 %

Dólar: -0,32%

Ibovespa: 1,02%

IDkA IPCA 2A: 0,40%

IMA-B: 0,82%

IMA-B 5: 0,39%

IMA-B 5+: 1,21%

IMA Geral Ex-C: 0,45 %

IRF-M: 0,42%

IRF-M 1: 0,20%

IRF-M 1+: 0,51%

S&P 500: 0,58%

IPCA + 5,20%: 0,22%