INTERNACIONAL:
Ata do Fed mostra divisão sobre cortes de juros – Nesta quarta-feira (20), a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) foi divulgada e mostrou divergências entre os membros do Federal Reserve sobre o momento de iniciar cortes de juros. Parte defende a manutenção da taxa diante da inflação ainda acima da meta, enquanto outro grupo avalia que os riscos de manter a política restritiva por muito tempo superam os de afrouxamento precoce. Entre os favoráveis a reduções, o argumento é de que as tarifas impostas pelos EUA devem ter efeito temporário sobre a inflação e não justificariam adiar a flexibilização. O documento reforça que as próximas decisões dependerão da evolução dos indicadores econômicos.
Powell admite risco ao emprego, mas mantém cautela sobre corte de juros – Em seu discurso em Jackson Hole nesta sexta-feira (22), o presidente do Fed, Jerome Powell, reconheceu que a política monetária ao nível restritivo pode trazer riscos crescentes ao mercado de trabalho. “Embora o mercado de trabalho pareça estar em equilíbrio, trata-se de um equilíbrio curioso, resultante de uma desaceleração acentuada tanto na oferta quanto na demanda por trabalhadores. Essa situação incomum sugere que os riscos de queda no emprego estão aumentando. E, se esses riscos se materializarem, poderão fazê-lo rapidamente”, afirmou. Ao mesmo tempo, destacou que as tarifas recentes podem pressionar temporariamente os preços, exigindo cautela na condução da política. Powell disse que a estabilidade do desemprego permite ao Fed agir com prudência, mas admitiu que o balanço de riscos pode justificar ajustes na taxa básica. A fala foi lida como uma abertura para cortes de juros em setembro, embora sem compromisso formal, deixando a decisão atrelada aos próximos dados de inflação e emprego.
PMI composto da zona do euro sobe para maior nível em 15 meses – O PMI composto da zona do euro foi divulgado nesta quinta-feira (21) e avançou de 50,2 em julho para 51,1 pontos em agosto, o maior nível desde maio de 2024. O indicador voltou a mostrar expansão da atividade, sustentado pelo setor de serviços, que recuou ligeiramente de 51,0 em julho para 50,7 em agosto e acompanhado por melhora na indústria, 50,5 em agosto, após 49,8 em julho, que saiu da contração. Segundo a S&P Global, responsável pelo levantamento, o desempenho foi impulsionado pelo aumento de novos pedidos e pela melhora nas expectativas de negócios, ainda que os custos com energia e salários sigam pressionando as empresas. Analistas destacam que o resultado reforça a perspectiva de recuperação moderada da economia europeia no terceiro trimestre, em cenário de juros estáveis e inflação próxima da meta do BCE.
Banco Central da China mantém taxas de juros inalteradas – O Banco Popular da China (PBoC) anunciou nesta quarta-feira (20) a manutenção, pela terceira vez consecutiva, das taxas de juros de referência. A Loan Prime Rate (LPR) de 1 ano segue em 3,0%, enquanto a de 5 anos foi mantida em 3,5%. A decisão já era amplamente esperada pelo mercado e reflete a postura cautelosa da autoridade monetária, mesmo diante de um cenário de crescimento econômico moderado e de fragilidade no setor imobiliário, dois fatores que, normalmente, poderiam justificar estímulos adicionais.
Rússia sinaliza abertura para encontro entre Putin e Zelensky – O chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou nesta sexta-feira (22) que o presidente Vladimir Putin está aberto a um encontro com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, “quando a agenda estiver pronta”. A declaração ocorreu durante coletiva em Moscou e foi vista como um raro sinal de disposição para diálogo direto entre os líderes, embora sem indicação de prazo ou condições concretas. Segundo Lavrov, qualquer reunião dependerá de negociações prévias sobre temas considerados prioritários pela Rússia. A fala ocorre em meio ao impasse do conflito e pressões internacionais por avanços diplomáticos.
NACIONAL:
Governo confirma acordo que reduz tarifas dos EUA sobre derivados de aço e alumínio do Brasil – O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, anunciou nesta quarta-feira (20) a redução parcial do impacto das tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida inclui exceções para itens derivados de aço e alumínio, diminuindo os efeitos sobre a cadeia produtiva nacional. Segundo Alckmin, a negociação buscou preservar setores estratégicos e abrir espaço para novas tratativas com Washington. O anúncio ocorre em meio ao aumento das tensões comerciais, mas foi recebido como um alívio parcial para a indústria brasileira.
IBC-Br recua 0,1% em junho e acumula alta de 3,9% em 12 meses – O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do PIB, foi divulgado nesta segunda-feira (18) e registrou queda de 0,1% em junho frente a maio. O resultado contrariou a expectativa de alta e refletiu principalmente o recuo da agropecuária, que compensou a resiliência da indústria e dos serviços. Apesar do dado mensal negativo, o indicador avançou 0,3% no segundo trimestre em relação ao anterior. Na comparação anual, houve crescimento de 1,4% em junho e de 3,9% em 12 meses. Os números reforçam um cenário de expansão moderada, condicionado à política monetária restritiva e à volatilidade de setores como o agro.
Expectativas desancoradas exigem política restritiva, diz Guillen – O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou nesta segunda-feira (18) que as expectativas de inflação desancoradas exigem a manutenção da política monetária ao nível restritivo. Segundo ele, mesmo com sinais de moderação no crescimento, a manutenção da taxa Selic em 15% precisa ser observada por mais tempo para garantir a convergência da inflação à meta de 3%. Guillen destacou que a política monetária já está produzindo efeitos sobre a atividade e o crédito, mas ponderou que o balanço de riscos ainda é elevado. Ele reforçou que o BC seguirá avaliando os impactos acumulados dos ajustes, sem descartar a necessidade de manter os juros elevados por um período prolongado.
Arrecadação federal soma R$ 254 bilhões em julho e bate recorde – A arrecadação de impostos e contribuições federais foi divulgada nesta quinta-feira (21) e totalizou R$ 254 bilhões em julho, o maior valor já registrado para o mês. O resultado representa alta real de 7,9% frente a julho de 2024. No acumulado de 2025, a receita bruta atingiu R$ 1,67 trilhão, crescimento de 6,2% em termos reais. Segundo a Receita Federal, o desempenho reflete tanto o aumento de alíquotas em tributos específicos quanto a resiliência da atividade econômica no primeiro semestre.
Após forte pressão da semana, ações de bancos se recuperam em meio à tensão entre Brasil e EUA – As ações dos principais bancos brasileiros mostraram recuperação nesta sexta-feira (22). Banco do Brasil (+4,22%), Santander (+2,83%), Bradesco (+2,43%) e Itaú (+2,36%) avançaram no pregão, após forte pressão negativa nos últimos pregões diante das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
Data Referência (14/08/2025 até 21/08/2025):
CDI: 0,22%
Dólar: 1,17%
Ibovespa: -1,24%
IDkA IPCA 2 Anos: -0,06%
IMA Geral ex-C: -0,20%
IMA-B: -1,18%
IMA-B 5: -0,38%
IMA-B 5+: -1,82%
IRF-M: -0,16%
IRF-M 1: 0,21%
IRF-M 1+: -0,37%
S&P 500 (Moeda Original): -1,12%
IPCA+5,62%: 0,06%