Boletim Econômico – 06.06.2025

Internacional

Estados Unidos criam vagas de emprego acima das expectativas – Os Estados Unidos criaram 139 mil vagas de emprego em maio, superando as expectativas dos analistas, que previam 125 mil. Apesar disso, o número representa uma desaceleração em relação a abril, quando foram abertas 147 mil vagas (dado revisado). A taxa de desemprego permaneceu em 4,2%, com 7,2 milhões de desempregados. A taxa de participação da força de trabalho foi de 62,4%, e a relação emprego-população, de 59,7%. Os ganhos médios por hora subiram 0,4% no mês, atingindo US$ 36,24, e avançaram 3,9% em relação a maio de 2024. Apesar do resultado do payroll, outros dados da semana apontaram fraqueza no mercado de trabalho: o Relatório ADP mostrou criação de apenas 37 mil vagas no setor privado, bem abaixo das expectativas de 144 mil, enquanto o relatório JOLTS de abril indicou aumento no número de vagas abertas, totalizando 7,4 milhões.

Livro Bege mostra sinais mistos na economia dos EUA – O Livro Bege do Federal Reserve, divulgado na quarta-feira (04), apontou uma leve desaceleração na atividade econômica dos EUA desde o relatório anterior. Seis dos doze distritos relataram queda moderada na atividade, três não observaram mudanças e os outros três indicaram crescimento modesto. Todos os distritos destacaram alta incerteza econômica e política, o que tem levado empresas e consumidores a adotarem cautela. A atividade manufatureira também recuou levemente, influenciada pelas incertezas relacionadas à política tarifária do presidente Donald Trump. Segundo o relatório, “as empresas estão hesitantes em comprometer capital ou aumentar contratações”, e as tarifas têm causado aumentos moderados de preços, parcialmente repassados aos consumidores. O mercado de trabalho mostrou sinais iniciais de desaceleração, como menor demanda por mão de obra e redução nas horas trabalhadas, embora ainda se mantenha aquecido, com crescimento salarial, estabilidade no emprego na maioria dos distritos e aumento considerável em três deles.

Trump decreta aumento de tarifas sobre aço e alumínio – O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou na terça-feira (03) um decreto que eleva de 25% para 50% as tarifas de importação sobre aço, alumínio e seus derivados. A nova alíquota entrou em vigor nesta quarta-feira (04). Segundo o governo, a medida visa fortalecer a segurança nacional e proteger a indústria siderúrgica doméstica. A decisão amplia as tarifas de 25% implementadas em março e atinge diretamente parceiros comerciais como Brasil, México e Canadá. O Reino Unido, no entanto, continuará sujeito à tarifa de 25% devido a um acordo comercial recente com os EUA.

IPC anual da zona do euro desacelera a 1,9% em maio – Segundo dados preliminares divulgados pela Eurostat nesta terça-feira (03), o índice de preços ao consumidor da zona do euro desacelerou a uma taxa anualizada de 1,9% em maio, após variar 2,2% em abril. Com o resultado, a inflação do bloco agora está abaixo da meta do Banco Central Europeu (BCE), de 2%. A leitura de maio também veio abaixo da previsão de analistas, que esperavam a inflação em 2%. No que se refere ao núcleo do IPC, que desconsidera os preços de energia e alimentos, houve avanço anual de 2,3% em maio, perdendo força em relação à alta de 2,7% em abril e abaixo das estimativas de recuo a 2,5%.

BCE corta taxa de juros para 2% ao ano – O Banco Central Europeu (BCE) reduziu, nesta quinta-feira (05), a taxa de juros da zona do euro em 0,25 ponto percentual, de 2,25% para 2% ao ano. Este foi o oitavo corte desde junho de 2024, configurando o ciclo de flexibilização mais rápido da história da instituição. A decisão, já esperada pelo mercado, ocorre em meio à desaceleração econômica e inflação sob controle. Com os juros agora na faixa “neutra”, o BCE evitou sinalizar os próximos passos, afirmando que “o Conselho do BCE não está se comprometendo previamente com uma trajetória específica para as taxas de juros”. A projeção de inflação para 2025 foi revista de 1,9% para 1,6%, refletindo a queda esperada nos preços da energia e a valorização do euro. A inflação subjacente deve encerrar 2025 em 2,4%, caindo para 1,9% em 2026. Quanto ao crescimento, o PIB da zona do euro deve avançar 0,9% em 2025, 1,1% em 2026 e 1,3% em 2027.

PIB da zona do euro cresce acima do esperado no 1° trimestre – Conforme leitura final publicada nesta sexta-feira (06) pela Eurostat, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro subiu 0,6% no primeiro trimestre de 2024 na comparação com o trimestre imediatamente anterior, quando o bloco cresceu 0,3%. O avanço veio acima da leitura preliminar e da previsão dos analistas, ambos em 0,3% no período. Em base anual, o PIB da zona do euro cresceu 1,5% no primeiro trimestre, uma revisão para cima após a leitura anterior de avanço de 1,2%. No primeiro trimestre desse ano, as exportações aumentaram 1,9%, após ficarem estáveis no trimestre anterior, e a formação bruta de capital fixo aumentou 1,8%, após 0,7% no trimestre anterior. A despesa de consumo final das famílias aumentou 0,2%, após o avanço de 0,5% no quarto trimestre de 2024.

Atividade de serviços da China cresce em maio, mostra PMI do Caixin – A atividade de serviços da China acelerou levemente em maio, com o PMI de serviços do Caixin/S&P Global subindo de 50,7 para 51,1, indicando expansão. O crescimento foi impulsionado por um aumento mais rápido nos novos pedidos, apesar da queda nos pedidos de exportação devido à incerteza gerada pelas tarifas dos EUA. Em contraste, a atividade industrial encolheu pela primeira vez em oito meses: o PMI industrial caiu de 50,4 em abril para 48,3 em maio, abaixo das expectativas e no menor nível em 32 meses. Como resultado, o PMI Composto caiu de 51,1 para 49,6, sinalizando a primeira contração desde dezembro de 2022, com o setor de serviços não conseguindo compensar a queda na indústria.

Nacional

Indústria pede ação do governo após tarifas de Trump sobre aço e alumínio – O Instituto Aço Brasil manifestou preocupação com o aumento da tarifa de importação de aço pelos EUA para 50%, em vigor desde quarta-feira (04), e pediu ação do governo brasileiro. A entidade defende a retomada do sistema de cotas previsto no acordo bilateral de 2018, que permitia exportações sem tarifas — acordo que foi suspenso quando os EUA, sob Donald Trump, impuseram uma tarifa de 25%, agora dobrada. Segundo o Instituto, a nova medida já causou queda de 10% a 15% nas exportações brasileiras de aço para os EUA, principal destino do aço semiacabado nacional. O presidente da entidade pediu medidas urgentes de proteção ao mercado, como tarifas antidumping. O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin lamentou o aumento tarifário, mas defendeu o diálogo, destacando a complementaridade entre os dois países: “Nós somos o segundo maior comprador de carvão siderúrgico dos EUA, e eles usam nossas placas para produzir motores, carros, aviões. Não somos problema para os EUA.”

Produção industrial cresce 0,1% em abril e acumula alta de 1,4% em 2025 – A produção industrial brasileira cresceu 0,1% em abril frente a março, marcando o quarto mês consecutivo de alta, embora abaixo da expectativa de 0,3%. Ainda assim, foi o melhor resultado para abril desde 2022. Na comparação com abril de 2024, houve queda de 0,3%, interrompendo uma sequência de dez meses de crescimento. O IBGE atribui esse recuo ao menor número de dias úteis e à base de comparação elevada. No acumulado de 2025, a produção industrial registra alta de 1,4%. Em abril, 13 dos 25 ramos industriais pesquisados tiveram crescimento, com destaque para as indústrias extrativas (1,0%) e de bebidas (3,6%). Também se destacaram os setores de veículos automotores (1,0%) e de impressão e gravações (11,0%). Entre os segmentos com queda, sobressaem coque e derivados de petróleo (-2,5%) e produtos farmacêuticos (-8,5%). Por categoria econômica, houve avanço em bens de capital (1,4%), intermediários (0,7%) e consumo durável (0,4%), enquanto bens de consumo semi e não duráveis recuaram 1,9%.

Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 7,239 bi em maio – A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) divulgou, nesta quinta-feira (05), que a balança comercial do Brasil registrou superávit de US$ 7,239 bilhões em maio. O resultado foi 12,8% menor do que o registrado no mesmo mês do ano anterior. Em maio, as exportações somaram US$ 30,156 bilhões, queda de 0,1% em relação ao mesmo mês de 2024. Já as importações alcançaram US$ 22,918 bilhões, alta de 4,7% em 12 meses. No acumulado de 2025, o superávit está em US$ 24,4 bilhões, representando uma queda de 30,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado é derivado de US$ 136,93 bilhões em exportações, queda de 0,9%, e de US$ 112,49 bilhões das importações, crescimento de 9,2%.

BC define regras para garantir honestidade da empresa que oferece Pix Automático – O Banco Central definiu, na quinta-feira (05), as regras para assegurar a idoneidade das empresas que oferecerão o Pix Automático, funcionalidade que permitirá pagamentos recorrentes a partir de 16 de junho, como contas de água, luz e condomínio. As novas normas exigem que o provedor de serviços de pagamento — como bancos ou fintechs — realize uma verificação criteriosa da empresa contratante, incluindo dados do CNPJ, situação cadastral dos sócios, tipo de capital, atividade econômica, natureza jurídica, número de funcionários, capital social e faturamento. A intenção é garantir segurança e reduzir riscos no novo sistema. Para os consumidores, o BC promete um processo simples e transparente, com controle total da autorização, pagamento e cancelamento diretamente no aplicativo da conta. A medida também visa reduzir custos operacionais para as empresas e ampliar as opções de pagamento para os usuários.

PMI de serviços sobe a 49,6 pontos em maio e PMI composto cai a 49,1 – O PMI de serviços do Brasil subiu de 48,9 pontos em abril para 49,6 em maio, de acordo com dados divulgados pela S&P Global nesta quarta-feira (04). Apesar da melhora, pela segunda vez consecutiva, o indicador ficou abaixo de 50 pontos, indicando contração da atividade. O setor industrial também passou para o campo de contração ao recuar de 50,3 para 49,4 entre abril e maio. Em nota, a Diretora Associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna de Lima, afirmou que o cenário de serviços junto aos dados industriais corrobora a perspectiva desfavorável para o desempenho econômico geral no segundo trimestre. “Os resultados mais recentes do PMI da economia de serviços do Brasil mostram um quadro semelhante ao observado em abril, com a atividade de serviços caindo devido ao enfraquecimento da demanda e as pressões inflacionárias permanecendo em uma trajetória descendente”, afirmou Pollyanna. Ainda que o cenário atual seja negativo, ponderou-se que o alívio na inflação no período contribuiu para reduzir as pressões sobre os custos de produção, recuando para o nível mais baixo em seis meses. No que se refere ao PMI composto, que mede a atividade dos setores industrial e de serviços conjuntamente, a pesquisa demonstrou recuou de 49,4 pontos em abril para 49,1 pontos em maio, também indicando contração da atividade.

Data Referência (30/05/2025 até 05/06/2025)

CDI: 0,27%

Dólar: -1,04%

Ibovespa: -1,66%

IDkA IPCA 2 Anos: -0,37%

IMA Geral ex-C: -0,01%

IMA-B: -0,40%

IMA-B 5: -0,36%

IMA-B 5+: -0,43%

IRF-M: -0,26%

IRF-M 1: 0,20%

IRF-M 1+: -0,46%

S&P 500 (Moeda Original): 0,46%

IPCA+5,62%: 0,19%