IBC-BR recua 0,1% em junho e acumula alta de 3,9% em 12 meses
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do PIB, foi divulgado nesta segunda-feira (18) pelo Banco Central e mostrou retração de 0,10% no mês de junho, após ajuste sazonal. O resultado sucedeu a queda de 0,7% registrada em maio e contrariou a expectativa de leve crescimento projetada pelo mercado.
A contração refletiu, sobretudo, o desempenho negativo da agropecuária, que exerceu influência significativa sobre o agregado e compensou a resiliência da indústria e dos serviços. Sem o recuo do setor agropecuário, o indicador teria registrado ligeira alta, evidenciando que choques específicos ainda exercem peso relevante sobre a dinâmica da atividade econômica.
Apesar da leitura desfavorável no mês, o indicador acumulou crescimento de 0,3% no segundo trimestre frente ao trimestre anterior. Na comparação anual, houve expansão de 1,4% em junho e, no acumulado de doze meses, a alta foi de 3,9%. Os resultados indicam que a economia segue em trajetória de crescimento, embora em ritmo mais moderado e com composição setorial heterogênea.
O cenário reforça a percepção de que a atividade econômica avança de forma contida, compatível com uma política monetária restritiva e condições financeiras ainda apertadas. A elevada volatilidade da agropecuária, somada à desaceleração em setores mais sensíveis ao crédito, limita a intensidade da retomada, sugerindo uma recuperação gradual e sujeita a riscos adicionais.
Do ponto de vista prospectivo, a leitura do IBC-Br sinaliza que o PIB do segundo trimestre, a ser divulgado pelo IBGE em 2 de setembro, deve confirmar expansão modesta. Já o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (18) projeta crescimento de 2,21% para 2025, reforçando a expectativa de continuidade da atividade, ainda que em compasso mais lento.