Resumo da Ata do Copom (258ª Reunião)
O Comitê de Política Monetária (Copom) deliberou, de maneira unânime, pela redução da taxa Selic em 0,5 ponto percentual, dando continuidade ao ciclo de redução dos juros que teve início em agosto. A taxa básica de juros da economia brasileira situa-se agora em 12,25% a.a..
O Copom apresentou atualizações sobre a conjuntura econômica, analisando diversos cenários e identificando riscos relevantes. Adicionalmente, fundamentou sua decisão em relação à política monetária, considerando os elementos apresentados durante a análise da situação econômica. No que tange ao cenário externo, o Comitê destacou adversidades referentes às altas das taxas dos títulos longos dos Estados Unidos e a continuidade da política monetária restritiva dos bancos centrais das principais economias. Já em relação à conjuntura doméstica, destacaram os dados que indicam desaceleração da atividade econômica e a persistência do processo de desinflação. A entidade também ressaltou a importância da extensão do ciclo de aperto monetário global como uma medida para o controle da inflação, em meio a um contexto marcado por tensões geopolíticas, mercado de trabalho aquecido e um hiato do produto apertado nas principais economias.
Também houve menção à importância das políticas fiscal e creditícia para o melhor funcionamento do controle inflacionário e os impactos nas decisões de política monetária: “O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade.”
No que diz respeito aos riscos de alta para a inflação, destacaram fatores como “uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado”. Entre os riscos de baixa, foram apontados “uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado”.
Apesar de enfatizarem como fator de preocupação as expectativas de inflação que permanecem desancoradas “os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões”, ou seja, antecipam, caso o cenário permaneça conforme o esperado, novas reduções de mesma magnitude para a taxa de juros.
Segundo dados do último Boletim Focus, de 03 de novembro, a projeção segue em linha com a ata do Copom, projetando taxa Selic em 11,75% ao final do ano. Já para 2024, a expectativa é de terminar o ano em 9,25%.