Por Gregório Matias
O mundo dos investimentos, assim como a maioria das coisas da vida, exige do profissional que nele atua, dentre outras coisas, a capacidade de pesquisar, discutir e refletir sobre as diversas informações recebidas, das mais variadas fontes, para, finalmente, decidir onde investir, de acordo com a expectativa de quais ativos deverão performar melhor no futuro que, inerentemente, é incerto.
Desta forma, o gestor de investimentos sempre decide hoje, mas somente saberá se a decisão foi acertada no futuro, quando os fatos ocorrerem.
Há algumas formas de o gestor reduzir as chances de erros de previsão quando da alocação dos recursos.
A boa técnica de finanças indica que a diversificação é a principal delas. Ocorre, no entanto, que, para diversificar, é preciso escolher bons ativos. Ao se escolher investir em ações, por exemplo, é necessário que o investidor decida sobre uma carteira de ações ou escolha os melhores dentre os diversos fundos de investimentos dessa classe. O mesmo se faz quando se aloca em renda fixa, multimercados, moedas e commodities. Não é dos trabalhos mais simples, pois envolve muitas informações, sistemas, além de exigir conhecimentos técnicos específicos.
Considerando que o Gestor do RPPS tem à sua disposição:
- Sistemas de informações e dados de mercado
- Consultores técnicos fornecendo-lhes assessoramento
- Uma gama de instituições financeiras e
- Demais agentes de mercado passando as suas mais diversas visões sobre o cenário para investimentos
Ainda assim o ideal é que ele tome a decisão após ampla deliberação, escutando os diferentes pontos de vista de especialistas e partes interessadas. Um dos ambientes em que pode acontecer essa discussão é o comitê de investimentos.
O comitê de investimentos, além de enriquecer o processo de tomada de decisão em investimentos, eleva também o grau de governança e transparência na gestão do RPPS. Ao discutir eventuais modificações na estratégia de investimentos ou deliberar sobre aplicações e resgates em determinados fundos, o comitê de investimentos torna as decisões de investimento mais maduras e tranquilas ao expor as diferentes visões de cada membro, que tende a analisar as questões de forma diferente.
Além disso, evita decisões unilaterais, fazendo com que cada movimentação deva ser explicada de forma a convencer os demais membros. São várias cabeças unidas em prol de um único objetivo, observando uma mesma questão, mas analisando-a de forma diferente. Decisões tomadas dessa forma tendem a produzir efeitos mais positivos do que aquelas tomadas de forma solitária. Por esse motivo, os órgãos de regulação tornaram o comitê de investimentos parte obrigatória dentro da estrutura de governança do RPPS.
Um comitê de investimentos qualificado e comprometido é parte importante para a criação de valor aos seus segurados.