INTERNACIONAL
China mantém LPRs inalteradas em dezembro – O Banco Popular da China manteve estáveis as taxas de referência para o crédito bancário, com a LPR de 1 ano em 3,0% e a LPR de 5 anos em 3,50%. As LPRs seguem como base para a precificação de empréstimos, sendo a taxa de 1 ano mais associada ao crédito de curto prazo e a de 5 anos aos financiamentos imobiliários e operações de prazo mais longo. A decisão reforça a postura cautelosa da autoridade monetária, em um contexto de perda de tração da atividade econômica e de persistente fragilidade do setor imobiliário. O mercado ainda projeta algum espaço para cortes no início de 2026, embora de forma limitada, diante dos riscos à rentabilidade do sistema bancário. No curto prazo, a avaliação predominante é de maior dependência de estímulos fiscais para sustentar a demanda doméstica e contribuir para a estabilização do setor de imóveis.
PIB dos EUA acelera no 3º trimestre e surpreende mercado – O Departamento de Comércio dos EUA (BEA) informou, na primeira leitura do PIB do terceiro trimestre de 2025, que a economia avançou 4,3% em termos anualizados, acima do consenso de 3,3%. O resultado superou o desempenho do segundo trimestre, quando o PIB cresceu 3,8%, reforçando a leitura de atividade ainda resiliente. Segundo o BEA, o avanço refletiu aumento do consumo, das exportações e dos gastos do governo, parcialmente compensado por queda do investimento, enquanto as importações recuaram no período. A divulgação ocorreu após alterações no calendário oficial de indicadores em razão do shutdown, o que elevou a atenção do mercado para sinais sobre a saúde da economia. Do ponto de vista de política monetária, a surpresa altista sustenta um cenário de Federal Reserve prudente, com foco na inflação e no mercado de trabalho.
Auxílio-desemprego nos EUA cai e mantém sinal de mercado firme – Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego recuaram para 214 mil na semana encerrada em 20 de dezembro, abaixo do esperado pelo mercado, sugerindo que o ritmo de demissões segue contido. Ao mesmo tempo, os pedidos continuados avançaram para 1,923 milhão na semana anterior, o que pode indicar maior tempo de recolocação para parte dos trabalhadores. No balanço, os dados seguem compatíveis com um mercado de trabalho resiliente, reforçando a leitura de que o Fed tende a manter uma condução cautelosa no curto prazo.
Mercosul pressiona UE por acordo e amplia agenda de negociações comerciais – Em discurso durante a cúpula de chefes de Estado do Mercosul, realizada em 20 de dezembro de 2025, em Foz do Iguaçu (PR), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender que a União Europeia tome uma decisão política para concluir o acordo comercial com o Mercosul. Diante do impasse, Lula indicou que o bloco busca diversificar parceiros e citou negociações em andamento com países asiáticos, como Japão e Vietnã. A expectativa era avançar no entendimento com a UE durante a reunião, mas o tema acabou adiado em razão de resistências internas no bloco europeu. No encontro, o presidente da Argentina, Javier Milei, fez críticas ao funcionamento do Mercosul, enquanto o Paraguai avaliou que o bloco perdeu uma janela relevante para concluir o acordo com os europeus.
NACIONAL
Confiança do consumidor segue em alta e renova melhor nível desde 2024 – A Fundação Getulio Vargas informou nesta segunda-feira (22) que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) avançou em dezembro e alcançou 90,2 pontos, o melhor patamar desde dezembro de 2024. Em novembro, o indicador já havia registrado alta para 89,8 pontos, consolidando uma sequência de quatro elevações consecutivas no fim do ano. A leitura indica mudança no vetor de melhora do índice. Enquanto em novembro houve avanço tanto na percepção da situação atual quanto nas expectativas, em dezembro o resultado foi sustentado principalmente pelo componente de expectativas, com perda de fôlego na avaliação do presente. O movimento sugere que, embora o consumidor siga pressionado no curto prazo, a percepção sobre os próximos meses tornou-se menos pessimista.
IPCA-15 sobe em dezembro e encerra 2025 acima do centro da meta – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informou nesta terça-feira (23) que o IPCA-15 registrou alta de 0,25% em dezembro, mostrando leve aceleração em relação a novembro. Com o resultado, o indicador acumulou avanço de 4,41% em 2025, permanecendo acima do centro da meta de inflação, embora ainda dentro do intervalo de tolerância. No mês, a principal pressão veio do grupo Transportes, com impacto relevante das passagens aéreas e de serviços de mobilidade. Em Habitação, houve algum alívio com a desaceleração da energia elétrica, apesar de reajustes em tarifas como água e esgoto. Em Alimentação e bebidas, a variação foi mais contida, com queda nos preços do consumo no domicílio, parcialmente compensada por altas pontuais e pela alimentação fora de casa. No recorte regional, Porto Alegre apresentou a maior variação do índice, enquanto Belém registrou o resultado mais baixo.
Crédito perde fôlego nas concessões e custo do crédito segue elevado em novembro – O Banco Central informou nesta sexta-feira (26) que as novas concessões de crédito recuaram em novembro na comparação com outubro, com queda mais intensa no crédito direcionado e retração também no crédito livre. Apesar disso, o estoque total de crédito seguiu crescendo e alcançou R$ 6,972 trilhões. No crédito livre, a inadimplência apresentou leve melhora no mês, mas o custo do crédito voltou a subir, com aumento das taxas médias e do spread bancário. A taxa média do crédito livre avançou para 46,7%, com os juros para pessoas físicas atingindo 59,4%, enquanto, nas empresas, houve leve recuo. Entre as modalidades, o cheque especial permaneceu em patamar extremamente elevado e ainda acelerou, chegando a 141,7%, e o crédito pessoal também encareceu. Já no crédito direcionado, as taxas permaneceram bem abaixo das praticadas no livre, com leve recuo no período, reforçando a leitura de condições financeiras ainda restritivas.
Endividamento das famílias avança e consignado privado acelera – O Banco Central informou que o endividamento das famílias atingiu 49,3% da renda em outubro, sinalizando maior comprometimento financeiro em um ambiente de crédito ainda ativo. No mesmo período, o consignado privado ganhou tração, com forte crescimento das concessões, indicando maior utilização dessa modalidade por trabalhadores do setor privado. No conjunto, os dados apontam para uma demanda por financiamento ainda presente, com potencial impacto sobre o orçamento das famílias e a dinâmica do consumo nos próximos meses.
Data Referência (19/12/2025 até 23/12/2025)
CDI: 0,17%
Dólar: 0,65%
Ibovespa: 1,60%
IDkA IPCA 2 Anos: 0,44%
IMA Geral ex-C: 0,20%
IMA-B: 0,31%
IMA-B 5: 0,37%
IMA-B 5+: 0,26%
IRF-M: 0,15%
IRF-M 1: 0,14%
IRF-M 1+: 0,16%
S&P 500 (Moeda Original): 1,99%
IPCA + 5,62%: 0,11%