O caso Americanas.
Vocês devem ter ouvido falar sobre o caso envolvendo inconsistências contábeis nas demonstrações financeiras das Americanas (AMER3), mas vocês sabem o que realmente está por trás desse evento?
Tudo começou quando o CEO recém-empossado, Sergio Rial, anunciou que havia detectado inconsistências contábeis com valor estimado de R$ 20 bilhões devido ao lançamento de operações de risco sacado, que as empresas utilizam como forma de antecipar os seus recebíveis para pagamento de fornecedores, na conta fornecedores ao invés de lançar em empréstimos e financiamentos, visto que o credor passa a ser uma instituição financeira, alterando assim as suas métricas de endividamento e mascarando a real situação financeira da companhia.
Apesar do efeito no caixa da companhia não ser imediato, os indicadores de endividamento irão piorar e o custo da dívida das Americanas vai ser elevado, dessa forma, a capacidade de pagamento da empresa vai diminuir.
Os efeitos já podem ser sentidos pelos acionistas e credores da empresa, que viram as ações caírem mais de 80% desde o anúncio e a companhia deixar de pagar o cupom de uma das suas debêntures.
O efeito imediato desse evento sobre os investimentos é que os fundos de ações e de crédito privado com exposição a AMER3 terão suas rentabilidades impactadas negativamente e haverá aumento da volatilidade (a magnitude vai depender do tamanho da exposição). Vale ressaltar que a grande maioria dos fundos de crédito privado serão obrigados a vender as suas debêntures das Americanas devido ao seu regulamento, que vetam qualquer posição em ativos que não possuam grau de investimento.